Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, venceu neste sábado (8) o prêmio Goya como melhor filme ibero-americano. É a primeira vez na história da premiação do mais importante prêmio da Espanha que um filme brasileiro é indicado.
A equipe do filme, que está em Los Angeles, foi representada na cerimônia pelo cantor e compositor uruguaio Jorge Drexler, que havia vencido em 2004 um Oscar com a canção original Al otro lado del rio, parte da trilha do filme Diários de Motocicleta, de Walter Salles.
No discurso de agradecimento, lido pelo cantor, Salles disse: “Esse prêmio é muito especial para nós, não só por ser a primeira vez que um filme brasileiro é indicado. É uma grande honra pela admiração que tenho pela cultura ibero-americana como um todo, pela admiração que tenho pelo cinema espanhol e por cineastas que influenciaram minha formação”.
E prosseguiu: “O fato de Jorge nos representar neste momento reforça ainda mais minha emoção. Continuamos na mesma margem do rio. Ainda Estou Aqui é um filme sobre a memória de uma família durante a longa noite da ditadura militar no Brasil, que se entrelaça com a memória do meu país. Gostaria de dedicar este prêmio ao cinema brasileiro como um todo, a Eunice Paiva, Marcelo Rubens Paiva e toda a sua família, a Fernanda Montenegro e Fernanda Torres. E, como estamos falando de memória, gostaria de agradecer aos grandes cineastas que nos deram o presente de nos apaixonarmos pela extraordinária atriz que foi Marisa Paredes. Entre eles, os mestres Pedro Almodóvar, Fernando Trueba e Arturo Ripstein”.
Roterdã
Outro prêmio vencido por Ainda Estou Aqui foi o troféu do público do Festival de Roterdã, também divulgado neste sábado.