Gramado - Em visita-relâmpago a Gramado, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e a secretária do audiovisual, Joelma Oliveira Gonzaga, trouxeram mensagens de otimismo neste sábado (12). Reiterando seu compromisso com a retomada de todas as políticas culturais destruídas pelos governos anteriores - que haviam extinguido até o ministério da Cultura -, a ministra frisou que encontrou 20% a menos da força de trabalho que havia no antigo ministério em 2016, o que ainda causa dificuldades. “Ainda falta gente”, lamenta a ministra. A secretária do audiovisual, por sua vez, destacou ter encontrado "os servidores maltratados e com baixa auto-estima".

Nada disso tem impedido as ações de ambas, no sentido de mobilizar os congressistas para atender às pautas da cultura, além de colocar em funcionamento mecanismos como a Lei Paulo Gustavo - para a qual Margareth Menezes afirmou que 98% dos municípios brasileiros mandaram seus projetos. Além disso, elas destacaram seus esforços no sentido de renovar a aplicação da cota de tela para o cinema nacional, o lançamento de um recente edital para patrocinar os primeiros longas de mulheres negras, a regulação do streaming e um apoio sistemático aos festivais de cinema do País, que são 371 em todo o território nacional. Como lembrou a ministra, "Gramado, este ano, por pouco não aconteceu. Foi preciso uma articulação rápida do ministério neste sentido. Mas é preciso medidas estruturantes para que os festivais não sofram mais essa instabilidade".

A ministra frisou também a importância do setor cultural dentro da economia brasileira: "Temos 210 milhões de habitantes, sete milhões vivem do setor cultural. Também estamos buscando maior descentralização e capilaridade". Finalmente, Margareth Menezes fez uma defesa veemente da diversidade cultural brasileira: "Ela nos liberta". E foi calorosamente aplaudida, tanto na coletiva de imprensa, quanto na cerimônia de abertura do festival, que aconteceu na manhã deste sábado, com a apresentação da Orquestra Sinfônica de Gramado e a presença de diversas autoridades locais.

Nesta primeira noite competitiva, serão exibidos o longa Ângela, de Hugo Prata, e os curtas os concorrentes cariocas Yãmî-Pá, de Vladimir Seixas, e Deixa-me, de Mariana Jaspe. Antes deles, às 17h30, acontece a première brasileira do documentário Retratos Fantasmas, de Kléber Mendonça Filho, retratando as drásticas transformações das paisagens e endereços de Recife, cidade natal do diretor.